Segundo dados da pesquisa realizada pela organização internacional Plan, que defende os direitos das crianças, a jornada dupla das mulheres do país começa ainda na infância.
Realizada com 1.771 meninas de 6 a 14 anos das cinco regiões do país, a pesquisa “Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências” traz resultados assustadores sobre a desigualdade de gênero dentro dos lares brasileiros.
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Na ausência da mãe, são as meninas que desempenham as tarefas domésticas, mesmo que elas tenham irmãos para ajudá-las. Vamos a alguns dados: 81,4% das meninas entrevistadas arrumam a própria cama, enquanto 11,6% dos irmãos meninos executam a mesma tarefa; 76,8% lavam a louça, ante 12,5% dos irmãos; 65,6% limpam a casa, embora apenas 11,4% dos irmãos dividam o trabalho; 41% das meninas cozinham, diante de 11,4% dos irmãos. Apesar da pouca idade, 34,6% das entrevistadas ajudam a cuidar dos irmãos menores na ausência dos pais, mas somente 10% dos irmãos meninos as auxiliam na função.
Quando interrogadas sobre quem cuida delas no dia a dia, embora pudessem citar mais de uma pessoa, 76,3% apontaram a mãe como cuidadora, enquanto 26,8% responderam que o pai assumia a tarefa.
Ocupadas com o trabalho doméstico, essas meninas não têm tempo para estudar e brincar, sendo obrigadas a assumir sozinhas responsabilidades para as quais não têm, na maioria das vezes, maturidade.
Que futuro terão? Como podemos falar em liberdade e mudança de papéis sociais, se condenamos meninas a seguirem exatamente o mesmo caminho que suas avós e bisavós?
Além de privarmos nossas meninas de diretos, deixamos de ensinar os meninos a desenvolver autonomia e participar da educação e dos cuidados dos filhos, perpetuando um círculo de exploração e desigualdade de gênero, além de legitimarmos a ausência dos futuros pais.
Nada pode ser mais cruel do que aprisionar as meninas desde tenra idade dentro de casa, sem direto à educação plena e ao lazer, aprendendo que a única opção é cuidar sozinhas da família e trabalhar fora para sustenta-la, até que tenham filhas para substituí-las.
Na ausência da mãe, são as meninas que desempenham as tarefas domésticas, mesmo que elas tenham irmãos para ajudá-las. Vamos a alguns dados: 81,4% das meninas entrevistadas arrumam a própria cama, enquanto 11,6% dos irmãos meninos executam a mesma tarefa; 76,8% lavam a louça, ante 12,5% dos irmãos; 65,6% limpam a casa, embora apenas 11,4% dos irmãos dividam o trabalho; 41% das meninas cozinham, diante de 11,4% dos irmãos. Apesar da pouca idade, 34,6% das entrevistadas ajudam a cuidar dos irmãos menores na ausência dos pais, mas somente 10% dos irmãos meninos as auxiliam na função.
Quando interrogadas sobre quem cuida delas no dia a dia, embora pudessem citar mais de uma pessoa, 76,3% apontaram a mãe como cuidadora, enquanto 26,8% responderam que o pai assumia a tarefa.
Ocupadas com o trabalho doméstico, essas meninas não têm tempo para estudar e brincar, sendo obrigadas a assumir sozinhas responsabilidades para as quais não têm, na maioria das vezes, maturidade.
Que futuro terão? Como podemos falar em liberdade e mudança de papéis sociais, se condenamos meninas a seguirem exatamente o mesmo caminho que suas avós e bisavós?
Além de privarmos nossas meninas de diretos, deixamos de ensinar os meninos a desenvolver autonomia e participar da educação e dos cuidados dos filhos, perpetuando um círculo de exploração e desigualdade de gênero, além de legitimarmos a ausência dos futuros pais.
Nada pode ser mais cruel do que aprisionar as meninas desde tenra idade dentro de casa, sem direto à educação plena e ao lazer, aprendendo que a única opção é cuidar sozinhas da família e trabalhar fora para sustenta-la, até que tenham filhas para substituí-las.
*Texto originalmente publicado no site "Casa da Mãe Joanna"